domingo, 27 de novembro de 2011

APÓCRIFO

Dogmático em suas palavras, não aceitava envolver-se com pessoas apedeutas e muito menos com empáfia elevada.
Certo dia, andando à esmo em uma rua quase erma deparei-me com uma situação óbvia de depredação de um patrimônio público. Tentando demover de tamanha barbárie, vi que minha súplica era debalde.
O delinquente afastou-se às carreiras proferindo impropérios contra o seu delator. Tentei alcançar-lhe os passos, parei mais adiante, vi que o mesmo ficou tácito me aproximei e perguntei por que essa aversão a essas coisas que, todavia também lhe pertencia já que o mesmo se tratava de um cidadão.
Repeti estas palavras amiúde, mas sem sucesso de resposta. Perguntei-lhe insistentemente e disse que o mesmo não sairia incólume daquela situação. O infrator resolveu falar; contou-me que era um andejo e tinha sido acabrunhado por um decrépito. Vi que se tratava de um caso isolado de aleivosia.
O senil acusou o andarilho de fornicação contra uma pessoa inepta de raciocínio. Resolvi botar ordem como um bom apaziguador que sou, fiquei horas a fio tentando fazer-lhe entender que não era daquela maneira que se resolvia as coisas, apesar da minha discrepância pelo fato acontecido, percebi no seu semblante que o mesmo não se tratava de uma pessoa dissoluta.
Tentei tirar-lhe o fardo da costa tomando para mim a sua dor. Então o homem se mostrou disposto a esquecer daquela maledicência, apesar de ter ficado abespinhado com aquela acusação infundada.
Minha insistência teve êxito, tanto que resolvi fazer daquele banco meu divã, há anos tentei conscientizar aqueles transeuntes que por ali caminhavam a não danificar a nossa cidade, desta vez sem sucesso, mas não desisti.
Solidária com minha insistência, uma senhora que por ali trafegava, parou ao meu lado e disse:
“Há anos que eu passo por aqui e vejo você tentando modificar as pessoas, por que ainda insiste?
Olhei para ela e disse:
“É simples, se eu parar, elas que terão conseguido me modificar!”
Lembre-se que apesar dos percalços da vida, nunca se deixe abater pelas suas adversidades.

Sandro da Silva Rodrigues

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Amaral Gurgel

Naquela rua Amaral Gurgel
Com seus faróis acesos
E nuvens cinza no céu,
Têm uma constante insônia
Nos seus emaranhados véus,
Suas noites com sombras tristonhas,
Com perfumes, botas, maquiagens e ilusões,
Naquela rua com pessoas estranhas
Vejo apenas corpos sem corações,
Transito louco, rua insana.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Imagem

Acordo com a sensação
Que tudo está fora do lugar,
Procuro um motivo, razão
Pra levantar da cama,
Reúno forças para olhar no espelho
E enxergar além das minhas espinhas,
Meu cabelo que hoje está despenteado,
Isso mesmo, encaro minhas imperfeições
Não sou a bonequinha de porcelana
Que muitos idealizam,
Me frustra saber que o ideal
É um rostinho bonito,
Enquanto tento dizer..
-Ei tenho sentimentos,
Não sou apenas carne, curvas,
Sou o que muitas mulheres também são
Humanas! sim, humanas sobrevivendo
Nesse mundo cheio de razão,
Não procuro a perfeição,
Tudo que é perfeito demais, uma hora cansa...

Jessica Luz

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Amapaense

Eu sou do Amapá
Vou ao rio amazonas
Pescar um tamatá
Jogar fut lama perto das ondas
Desse rio mar
Vou ao meio do mundo
Prestigiar o equinócio
Esse fenômeno profundo
Que é meu, e é nosso...

Nosso amor é poesia

Nosso amor é como poesia
Que não resiste ao tempo
É a prosa em maresia
Das frases curtas do meu eterno momento
É a verossimilhança do meu “eu”
Violada de um jeito intenso
Nossas memórias gravadas que nem o Coliseu
Sentimentais aqueles poetas, te invento
Por períodos como se fosse Orfeu 


Que nosso amor seja uma oração
Sem períodos curtos,
Sem pontuação...
Como metáforas te comparo, te invento
Ouço as lancinantes batidas do meu coração
Somos breves capítulos, divididos dentro de um poema
Somos versos livres, subdesentendidos
Somos um pouco de romance, novela mexicana,
Drama ou quem sabe um conto?







Regionalismo literário??!!

Precisamos do regionalismo para mostrar quem somos, ressaltando a essência do povo amazônico, isto não significa que devemos rotular todas as músicas e variações artísticas de maneira forçada, pelo contrário, o regionalismo é um processo natural, que deve ser difundido, sem limitações, pois a linguagem define o individuo, tornando-se característica de seus costumes e vícios linguísticos. 




Com o avanço da globalização, o mais sensato seria preservar a linguagem através das música que revelam nossa identidade cultural, evidenciando que a região amazônica não é apenas florestas, suas riquezas naturais podem ser divulgadas através do regionalismo. Entretanto, quando se fala em regionalismo, ainda encontra-se o estereótipo que o torna um assunto ora discriminado ou ausente na literatura.


Doce novembro

É novembro chegou.....
Pessoas fazendo planos para o fim de ano,
Folhas caindo como o ciclo da natureza
E eu divagando no tempo,
Refletindo meus pesares e mudanças,
Isso mesmo, todo dia quando acordo,
Sempre há algo novo pra mudar, questionar...
É como as flores que precisam ser regadas,
Para então desabrochar...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Motivo de inspiração

Acho surpreendente como você vem do céu assim sem avisar, inesperadamente, me inquieta, me deixa feliz ou triste, você muda meu humor de todas as maneiras, às vezes me deixa com raiva é quando não quero que apareça atrapalhando meu dia, de noite quando te ouço bater na minha janela é aconchegante, ainda mais com um filminho bom, mas o que gosto mesmo é que você me inspira querida chuva!! 

INCERTEZAS


O ser humano é tão confuso, sorri quando quer chorar, fala sério quando quer gargalhar, faz guerras quando quer paz, procura amor em olhares vazios, fica na multidão quando quer estar só, cala quando quer gritar, vai embora quando quer ficar, faz promessas eternas que duram menos que a eternidade.. 



Meu coração parece um bobo da corte, tanta palhaçada, inventa de se apaixonar na hora errada, no momento incerto me pego pensando, suspirando e procurando palavras só pra te dizer um simples "Oi"!


Humanos

         
  O ser humano é tão confuso, sorri quando quer chorar, fala sério quando quer gargalhar, faz guerras quando quer paz, procura amor em olhares vazios, fica na multidão quando quer estar só, cala quando quer gritar, vai embora quando quer ficar, faz promessas eternas que duram menos que a eternidade.. 

Busca sem fim

Não importa quantas buscas eu faça, é só teu rosto que vejo em minha memória, não importa quantos beijos dei em vida se é só tua boca que quero eternamente, não esqueço os nossos momentos que em mim ficaram gravados como a rocha do oceano, aonde eu for te levo em meu coração...

Nossas lembranças foi o que restou, apesar de o mundo continuar o mesmo, sinto apenas sua ausência martelando cada segundo do meu tempo, sinto apenas a voz da saudade querendo me libertar da solidão, esperando meu amor me visitar em sonhos, com você me sinto feliz como o sol da manhã iluminando como um arco íris.


Talvez você pra mim seja apenas uma utopia, um falso motivo de alegria? não sei dizer...

Sou assim...

Ah, que bem me faz se sou tranquila demais,
Sou apenas poesia,
Que facilmente não se satisfaz
Desse mundo cheio de melancolia.